As escolas particulares de Pernambuco pretendem retomar as aulas presenciais em 1º de fevereiro e não exigirão passaporte vacinal para alunos. As informações foram confirmadas pelo presidente do sindicato que representa as unidades educacionais, José Ricardo Diniz. Ele afirmou, no entanto, que o setor ainda espera orientações do governo do estado sobre o assunto.
“Estamos em contato com as autoridades e órgãos competentes das áreas da saúde e educação, e o nosso posicionamento é manter o início das aulas na forma presencial. Estamos atentos, sabendo que esse caso está marcado por mudanças. Vamos acompanhar o desenvolvimento da situação que estamos vivendo”, afirmou.
Até agora, o protocolo sanitário sofreu poucas alterações em relação ao ano passado. “As escolas estão preparadas. Recebemos os alunos em 2021 e mantivemos nossas atividades. A única mudança que tivemos foi a redução do período de quarentena para os casos assintomáticos, que é de dez dias, e para os com sintomas, de sete dias. No momento, não há obrigatoriedade do passaporte da vacina, mas estamos discutindo o assunto. Por enquanto achamos precipitado estabelecer qualquer obrigatoriedade”, concluiu.
O aumento de casos da Covid-19 em Pernambuco e a alta taxa de contaminação pela variante Ômicron, que já responde por 90% das infecções, traz apreensão com relação às aulas presenciais. Para o imunopatologista e professor da Universidade Federal de Pernambuco, José Luiz de Lima Filho, o momento é de perigo.
“Os alunos, naturalmente, vão querer estar juntos, e isso faz com que seja muito difícil manter o distanciamento. É importante a presença das pessoas nas escolas e universidades, mas a saúde deve estar em primeiro lugar. É preciso monitorar as próximas semanas e, quando houver uma queda segura no número de casos, aí voltamos para algumas funções presenciais. Muitas aulas podem ser realizadas online.”
A chegada da vacina para crianças trouxe um dose de esperança aos pais. Até esta terça-feira (25), Pernambuco tinha imunizado 10.718 residentes com idade entre 5 e 11 anos. Contudo, José Luiz ressalta a importância do retorno com ciclo vacinal completo. “Algumas vacinas têm eficácia pequena contra a Ômicron quando aplicada apenas uma vez. Se as crianças começarem a se vacinar agora, elas não estarão protegidas como deveriam”, relembra.
Diário de Pernambuco
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