O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e mais outros 15
governadores brasileiros, enviaram nesta quarta-feira (24) uma carta ao
Congresso Nacional solicitando que o auxílio emergencial seja pago em
parcelas de R$ 600. A sugestão é superior à do governo, que planeja o
retorno do benefício em abril com parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375,
dependendo da família.
Paulo Câmara
apontou a situação vivida pelo país neste ano, com 300 mil mortes
causadas pela Covid-19. “O Brasil tem enfrentado o seu pior momento da
pandemia. São recordes diários de casos e mortes. Frear essas curvas
crescentes tem exigido medidas restritivas, impactando diretamente a
economia e a vida de milhares de famílias”, explicou. “
Para o governador, é importante atenuar os impactos da pandemia na
população mais vulnerável.“Por isso, assinei uma carta, juntamente com
outros 15 governadores, solicitando ao Congresso Nacional urgência na
apreciação e votação de um auxílio emergencial de R$ 600,00, semelhante
ao que foi pago no ano passado, também por conta da crise sanitária”,
completou.
A carta dos governadores também
argumenta nesse sentido. “Entendemos que a redução dos valores do
auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da
população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos
garantir renda para a população mais vulnerável”, diz o texto, assinado
também por nomes como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); e o
governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB).
Veja a íntegra da nota dos governadores:
"Os
Governadores dos Estados abaixo assinados apoiam a iniciativa das 300
organizações que compõem a "Campanha Renda Básica que Queremos" e
solicitam a adoção das providências necessárias para garantir segurança
de renda à população, associada às medidas de distanciamento social,
essenciais para serem adotadas neste momento de intenso aumento de casos
e mortes decorrentes da Covid-19.
Temos
o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos
recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de
medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional
de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a
Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para
reverter esse quadro.
Agir
contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda
emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o
avanço da morte. Por isso, entendemos que a redução dos valores do
auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da
população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos
garantir renda para a população mais vulnerável.
Por
isso, solicitamos ao Congresso Nacional que disponibilize os recursos
necessários para o Auxílio Emergencial em níveis que superem os valores
noticiados de R$ 150,00, R$ 250,00 e R$ 375,00.
Exatamente
há um ano, no início da pandemia, os Governadores manifestaram-se
favoráveis à implantação de uma renda básica no País. Hoje, mais do que
nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode
alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$
600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020.
Não
obstante o exposto acima, os signatários desta carta entendem a
importância de o País não se desviar de seu compromisso com a
responsabilidade fiscal. É importante entender o esforço de mitigação da
crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário.
Logo à frente precisaremos voltar a uma trajetória de ajustamento fiscal
que compatibilize os necessários programas sociais com um financiamento
responsável dos mesmos.
Brasília, 24 de março de 2021"
Assinam esta carta:
RENAN FILHO (MDB)
Governador do Estado de Alagoas
WALDEZ GÓES (PDT)
Governador do Estado do Amapá
RUI COSTA (PT)
Governador do Estado da Bahia
CAMILO SANTANA (PT)
Governador do Estado do Ceará
RENATO CASAGRANDE (PSB)
Governador do Estado do Espírito Santo
FLÁVIO DINO (PCdoB)
Governador do Estado do Maranhão
REINALDO AZAMBUJA (PSDB)
Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
HELDER BARBALHO (MDB)
Governador do Estado do Pará
JOÃO AZEVÊDO (Cidadania)
Governador do Estado da Paraíba
RATINHO JUNIOR (PSD)
Governador do Estado do Paraná
PAULO C MARA (PSB)
Governador do Estado de Pernambuco
WELLINGTON DIAS (PT)
Governador do Estado do Piauí
FÁTIMA BEZERRA (PT)
Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
EDUARDO LEITE (PSDB)
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
JOÃO DORIA (PSDB)
Governador do Estado de São Paulo
BELIVALDO CHAGAS (PSD)
Governador do Estado de Sergipe
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