"Como ficar bravo com essa criança?". A pergunta lançada pelo psicólogo Marcelo Castilhos Martins, 29, rendeu engajamentos no Twitter de dar inveja a qualquer gerenciador de redes sociais. Até esta segunda-feira (21), foram mais de 9 milhões de visualizações e quase 5 milhões interações, com 350 mil curtidas e 35 mil compartilhamentos.
Só abaixo da pergunta estava o verdadeiro motivo da comoção: a foto de um bilhete escrito por Benício Esmanhoto Hoffmann, 7, que bateu com o guidão da bicicleta no carro de Marcelo, causando um arranhão. Nas palavras simples, com alguns erros de português -comuns à fase de alfabetização-, ele pediu desculpas e deixou o número de telefone do pai para contato.
O veterinário Marcel Hoffmann, 38, pai do garoto, só deu conta da repercussão do caso quando um vizinho avisou que a postagem havia tomado conta das redes sociais, quase uma semana depois do ocorrido, no domingo passado (13).
"Fico contente, mas a gente espera que as coisas boas não precisem viralizar, que sejam cotidianas. Na 'bolha' em que eu vivo e convivo, isso é habitual e não o contrário."
Para a família da criança, a boa ação foi mesmo praticada por Marcelo. O psicólogo não cobrou pelo reparo do carro, justamente por Benício ter revelado o estrago que nem o dono havia percebido.
"Nunca passou pela minha cabeça cobrar, a atitude dele já pagou. Estamos tão acostumados com coisa ruim que, quando vem uma boa, toca mais", disse Marcelo à Folha de S.Paulo.
A atitude aliviou a preocupação do menino, que já num primeiro momento após a batida foi contar as moedas que levou anos para juntar, imaginando o rombo nas economias para pagar o conserto.
"Ele ficou irritado, saiu da bicicleta, reclamou que tinha pouco dinheiro pra pagar. Para mim, era uma coisa corriqueira, mas vi meu filho aumentando o problema", contou o pai.
O acidente ocorreu na rua da casa de Marcel, onde nos finais de semana Benício consegue pedalar na companhia do pai e da irmã, de quase um ano. A atividade é uma das formas de lazer da família em tempo de pandemia, já que escolas e outros espaços estão fechados.
O veterinário conta que, para encontrar o dono do carro, ele e o filho cogitaram enviar uma mensagem para o grupo de vizinhos da rua, mas, como se tratava apenas de um risco, para não gerar maiores preocupações, decidiram deixar o bilhete.
"Era para ser uma ação discreta, mas foi a ação discreta mais chamativa e compartilhada de todos os tempos", diverte-se o pai. "Peguei papel caneta e ele escreveu, falei pra ele pensar na frase e saiu o pedido de desculpas", contou sobre o ocorrido.
Após a preocupação inicial com o nervosismo da criança, sobrou o orgulho de Marcel em perceber que os valores compartilhados em casa são seguidos por Benício.
"A expectativa que temos é essa que ele demonstrou: que busque fazer o que é correto, que não fuja das situações, e que ele possa contar conosco para ajudar a solucionar os problemas", declarou Marcel.
O pai contou ainda que o menino sempre foi muito responsável, dá "bronca" sobre os deslizes dos pais e já comentou que pretende ser juiz quando crescer.
Por enquanto, Benício permanece "eufórico" com a fama instantânea. Para o menino, a lição aprendida em casa se concretizou: o bem que praticou retornou para si.
Além de não ter que desembolsar nada com o acidente, ele ganhou Marcelo como amigo. O psicólogo, que antes era apenas um vizinho desconhecido, agora já ganhou dois bolos de presente da família.
Diário de Pernambuco
Salve esse post para consultar sempre que precisar, confira aqui os alimentos:
Origem animal: queijo, frango, peru, ovos e salmão;
Frutas: banana, abacate e abacaxi;
Vegetais e tubérculos: couve-flor, brócolis, batata, beterraba e ervilhas;
Frutas secas: nozes, amendoim, caju e castanha do Brasil;
Soja e derivados;
Algas: esperlina e algas marinhas;
Cacau.