O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Mauricio Godinho
Delgado determinou hoje (12) que 70% dos empregados dos Correios
mantenham as atividades da empresa durante a greve iniciada nesta
semana. Pela decisão, o descumprimento do efetivo acarretará na
aplicação de multa de R$ 50 mil por dia aos sindicatos da categoria.
A decisão do ministro foi proferida em audiência de conciliação feita
nesta tarde entre a empresa e os sindicatos que representam os
trabalhadores. Na reunião, o ministro propôs o fim da greve. Em
contrapartida, os Correios devem manter os termos do atual acordo
coletivo de trabalho e o plano de saúde dos empregados até 2 de outubro,
data do julgamento do dissídio coletivo pelo TST. A empresa aceitou a
medida e os sindicatos levarão a proposta para votação nas assembleias
locais.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores
reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação (3,25%) e não
querem cortes de direitos conquistados.
Segundo a Fentect, mesmo com a mediação já iniciada no TST, referente
ao processo de negociação do Acordo Coletivo 2019/2020, a empresa
deixou de receber os representantes dos trabalhadores. Para a entidade, a
empresa não dá prejuízo e não depende de financiamento público. Os
empregados também são contra a eventual privatização dos Correios.
Em nota, os Correios afirmaram que aceitaram a proposta de
encaminhamento do ministro "para minimizar os impactos da paralisação,
inclusive a perda de clientes para a concorrência". A empresa também
declarou que espera chegar a um "entendimento razoável" para não
comprometer suas finanças.
"Vale destacar que, atualmente, as despesas com pessoal equivalem a 62% dos dispêndios anuais da empresa", diz o comunicado.
Serviços
Segundo os Correios, devido à greve, um Plano de Continuidade de
Negócios foi montado pela empresa e as postagens e entregas de
correspondências e de encomendas Sedex e PAC continuam sendo realizadas
em todos os municípios. Os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex
12, Sedex Hoje) estão suspensos temporariamente.
Agência Brasil
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