O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE),
avalia que o ministro da Justiça, Sergio Moro, foi vítima de graves
crimes quando teve o telefone celular invadido e supostas mensagens
divulgadas pelo site The Intercept. A avaliação foi feita hoje durante
audiência pública na Comissão de Constituição de Justiça do Senado.
“Independentemente da autenticidade ou não dessas mensagens, está muito
claro que o ministro da Justiça foi vítima de graves crimes, cujos
autores precisam ser identificados e punidos, onde quer que se
encontrem”, afirmou Fernando Bezerra.
Para o senador, “embargos auriculares” são comuns e de conhecimento
do sistema jurídico. “Quem conhece o nosso sistema jurídico sabe que
conversas entre procuradores, juízes e advogados acontecem. É comum a
expressão embargos auriculares. Eu queria entender que crime haveria
nessas trocas de mensagens até aqui divulgadas”.
Em resposta, Sergio Moro confirmou que é normal o contato entre
juízes e advogados, Ministério Público ou policias. “O que tem que ser
avaliado é o conteúdo desses contatos”.
De acordo com o ministro da Justiça, embargos auriculares não
configuram adiantamento de decisão ou conselho, mas uma “interlocução
informal”. Ele citou ainda números da Operação Lava Jato que afastariam a
tese de suposto conluio entre o juiz Sergio Moro e o Ministério
Público. “O dado objetivo é demonstrativo que não tem nenhuma espécie de
conluio: 90 denúncias, 45 sentenças e 44 recursos do Ministério
Público. Qual é o conluio? Qual é a convergência? E vamos colocar que a
Operação Lava Jato não foi uma atuação exclusiva minha. As minhas
decisões eram submetidas a instâncias recursais. Acho que nunca um juiz
teve tantos recursos propostos contra as suas decisões quanto eu”.
Magno Martins
Magno Martins
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