Os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis acirrou
os ânimos dos caminhoneiros. Em audiência na Comissão de Viação e
Transportes nesta quarta-feira (8), o presidente da Associação
Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, confirmou
que a categoria entrará em greve, caso Jair Bolsonaro não interfira na
Petrobras e reveja a política de reajuste do diesel.
“O que vem por aí é coisa feia, muito feia. Se o governo não se
atentar para isso, nós vamos ter um problema muito sério. Aí não vai ter
Exército, não vai ter nada, porque ninguém vai ter combustível. Como é
que vai fazer? Se acontecer, é para desestabilizar o País. Eu não vou
participar disso e não quero isso, mas já estou dando o alerta, como dei
da outra vez”, declarou Lopes.
Recentemente, a Petrobras decidiu pela revisão do preço do diesel a
cada 15 dias, uma periodicidade considerada curta pelos caminhoneiros
autônomos, ainda que até então os valores vinham sendo reajustados em
intervalos menores, às vezes diariamente. Um dos pedidos é para que essa
revisão ocorra pelo menos a cada três meses, por exemplo, para que
motoristas não sejam surpreendidos no meio de uma viagem com o aumento
no valor do combustível.
“Não temos condição de negociar preço a cada semana, a cada dia. É
mais fácil suportar preços internacionais do que a volatilidade que,
esta sim, acaba matando”, afirmou o presidente da Confederação Nacional
do Transportes (CNT), Vander Francisco Costa.
O preço médio do diesel nas refinarias hoje é de aproximadamente R$
2,3 por litro. Em menos de dois anos, o combustível acumulou aumento de
quase 70%.
Cartão
Outro anúncio recente do governo – o Cartão Caminhoneiro – também não é do agrado da categoria. Os participantes da audiência acreditam que ele favorecerá os postos da Petrobras, por permitir a compra de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR.
Outro anúncio recente do governo – o Cartão Caminhoneiro – também não é do agrado da categoria. Os participantes da audiência acreditam que ele favorecerá os postos da Petrobras, por permitir a compra de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR.
“É uma medida como qualquer outra de fidelidade de consumo”,
disse o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores
Autônomos (CNTA), Diumar Bueno. O deputado Bosco Costa (PR-SE), um dos
que sugeriram a audiência, também acredita que o cartão criará um
monopólio.
Com informações da Agência Câmara
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