A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abriu uma investigação
para apurar as condições do pouso da aeronave que levou a equipe do
cantor Amado Batista, no início da noite de domingo (12), na cidade de
Jequié, no sudoeste da Bahia. O avião aterrissou em um aeródromo que
estava fechado e com as luzes da pista apagadas.
Conforme a Anac, após o resultado do processo administrativo, o
piloto do avião pode sofrer uma punição, que vai de multa à cassação da
licença de voo. Não há prazo para a conclusão do processo
administrativo.
A Anac informou que o aeródromo de Jequié é homologado pela agência e
está aberto ao tráfego. Entretanto, de acordo com o registro, o
terminal está apto a operar apenas durante o dia, e pode ser utilizado à
noite apenas em caso de pouso de emergência.
De acordo com informações da prefeitura de Jequié, duas aeronaves de
equipes de Amado estavam programadas para pousar no o Aeroporto Vicente
Grillo. Uma delas chegou ao local no horário programado, às 15h.
A outra, um bimotor com capacidade para 9 pessoas, na qual estava o
cantor, deveria aterrissar às 17h. No entanto, o avião só apareceu no
entorno do aeródromo por volta das 17h40, 10 minutos após o horário do
fechamento do do terminal. Não houve feridos.
O aeródromo fica em uma região próxima de muitas residências. A
movimentação da aeronave assustou moradores, que invadiram a pista de
voo para ver o que tinha acontecido.
Um homem responsável por abrir e fechar os portões do aeródromo, que
não quis se identificar, informou que um dos produtores do cantor Amado
Batista chegou ao local às 17h30 e disse que o avião estava à caminho.
Conforme o rapaz, a aeronave chegou a dar entre três e quatro voltas
no ar e fez o pouso às 17h50, após carros serem levados para o terminal e
acionarem os faróis para iluminar a pista e auxiliar no pouso.
Ainda conforme a assessoria da prefeitura, o piloto relatou que saiu
atrasado de Sergipe e, por isso, chegou na cidade após o horário
previsto.
A assessoria da gestão municipal ainda afirmou que o condutor da
aeronave disse que não houve nenhum problema técnico e que, caso não
conseguisse pousar em Jequié, tinha gasolina suficiente para seguir até o
Aeroporto de Vitória da Conquista, cidade distante cerca de 175 km.
O G1 procurou a assessoria de Amado Batista, que informou que nem o cantor e nem a equipe irão se manifestar sobre o caso.
O artista se apresentou em um clube de Jequié, na noite de domingo.
Nas redes sociais, Amado Batista postou vídeos e fotos do show, mas não
comentou nada sobre o ocorrido com o avião.
O cantor embarcou na mesma aeronave, na manhã desta segunda-feira
(13). Ele seguiu para Sorriso (MT), onde se apresenta nesta noite. Antes
da decolagem, o piloto que acompanhava o artista, que é o mesmo que
conduzia a aeronave na noite de domingo, foi levado por um advogado até a
Delegacia de Jequié e prestou depoimento.
No entanto, conforme o delegado Moabe Macedo Lima, titular da
unidade, a investigação não é atribuição da Polícia Civil e a oitiva do
piloto foi feita no local após o pedido do advogado dele, que recebeu
uma cópia do depoimento para apresentar à Anac.
A Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra),
responsável pelo aeródromo, disse que o terminal opera com aviação
geral, táxi aéreo e voos fretados. Atualmente, o equipamento recebe voos
fretados, de UTIaérea, transporte de vacinas e medicamentos. A Seinfra
disse que serviços de melhorias no local estão programados para este
ano.
Por G1 BA
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