O
repórter Carlos de Lannoy foi ameaçado de morte logo após fazer matéria
no Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo (7), sobre a operação do Exército que resultou no fuzilamento de um veículo de passeio no Rio de Janeiro.
O
repórter compartilhou, em sua conta do Twitter, mensagem, postada em
nome de Erik Procópio, enviada a ele minutos depois do “Fantástico”
exibir a reportagem “Homem morre depois que carro em que ele estava com a
família foi fuzilado pelo Exército”.
“Mexeu
com o Exército, assinou sua sentença! Sua família vai pagar! Aguarde
cartas!”, diz um trecho do post. Incomodado com a ameaça, Carlos
prometeu levar o caso para a Justiça.
Pouco
depois da grande repercussão, Erik Procópio de Moura, que já se
candidatou, em 2012, a vereador em Nisia Floresta, no Rio Grande do
Norte, pelo Cidadania (atual nomenclatura do PPS) pediu desculpas pela
ameaça ao repórter e a sua família.
Nas
redes sociais, Erik Procópio, que é formado em direito, se coloca como
apoiador do presidente Jair Bolsonaro e da ditadura militar, além de se
mostrar admirador do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio
Moro.
Entenda o caso: o carro
de uma família foi atingido por mais de 80 disparos, segundo perícia
realizada pela Polícia Civil. Cinco pessoas estavam no carro e iam para
um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher.
Os
militares envolvidos no caso foram ouvidos, segundo a Polícia Civil,
pelo próprio Exército — que entendeu que a investigação deveria ser
militar. A Polícia Civil, no entanto, vê indícios para prisão em
flagrante.
Reportagem do portal G1 nesta
segunda-feira informa que o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de
Homicídios do Rio de Janeiro, disse neste domingo que “tudo indica” que
os militares do Exército que mataram Evaldo dos Santos Rosa em uma ação
em Guadalupe, Zona Oeste do Rio, atiraram ao confundirem o carro com o
de assaltantes.
Evaldo,
de 51 anos, morreu na hora. Ele era músico e segurança O sogro dele,
Sérgio, foi baleado e hospitalizado. A esposa, o filho de 7 anos e uma
amiga não se feriram. Um pedestre que passava no local também ficou
ferido ao tentar ajudar.
Logo
após a morte, o Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha atirado
contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão” de
“assaltantes”. À noite, em outra nota, informou que o caso estava sendo
investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do
Ministério Público Militar.
Uma
amiga da família, que estava dentro do carro, contestou a versão do
Exército e disse que os militares não fizeram nenhuma sinalização antes
de abrir fogo contra o veículo
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