
Paulista, na região metropolitana de Recife, registrou 37,16 homicídios por 100 mil habitantes em 2016, acima da média nacional
ÉPOCA - Victor Farias
Um dos cinco municípios escolhidos como
piloto de um programa do Ministério da Justiça e Segurança Pública
de redução da criminalidade, a cidade de Paulista, na região
metropolitana do Recife, Pernambuco, registrou taxa de 37,16 homicídios
por 100 mil habitantes, segundo dados mais atualizados do Atlas da
Violência, referentes a 2016. A média do Brasil foi de 30,33 naquele
ano.
A violência letal acima da média
nacional, porém, é apenas um dos requisitos avaliados pelo governo
federal. Também pesou o fato de Paulista estar na região
metropolitana, ter uma população considerável de cerca de 329 mil
habitantes e já contar com iniciativas de redução da criminalidade,
informou a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco.
As outras quatro cidades que receberão o
programa federal ainda não são conhecidas. O ministro Sergio Moro, da
Justiça e Segurança, deve apresentar ao presidente Jair Bolsonaro o
projeto nesta semana. A ideia é que a iniciativa entre no pacote de
realizações dos cem dias de governo.
Segundo a Secretaria de Defesa Social de
Pernambuco, o projeto deve complementar os programas já vigentes para a
redução de crimes. De 2017 a 2018, a cidade diminuiu o número de
homicídios em 43%, passando de 196 para 127, conforme a pasta. O
município acompanhou o resultado do estado, que também reduziu em 23,1%
os dados de assassinatos nesse período, indo de 5.427 para 4.170. Parte
desse resultado é atribuído ao Pacto pela Vida, um programa estadual de
combate ao crime.
"A ideia é unirmos esforços, em ações
desenvolvidas pelas três esferas de poder [governos estadual, federal e
prefeitura], para ampliar e intensificar a prevenção e a repressão à
criminalidade em um município complexo e de grandes desafios", afirmou o
secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua.
TRÁFICO DE DROGAS
Assim como outras localidades do país, a
cidade pernambucana sofre com os reflexos violentos do tráfico e
consumo de drogas. No município, o problema é responsável por 70% dos
homicídios, segundo as autoridades.O problema é alvo de uma iniciativa
estadual no município, chamada de Força-Tarefa Vidas, que foi criada em
outubro de 2017. O programa atua no mapeamento das áreas mais violentas
da cidade, promovendo ações de desarticulação de grupos de extermínio.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem um salário médio mensal de
1,9 salários mínimos, a 20ª maior no estado. Problemas de
infraestrutura atingem também a qualidade de vida da população --
somente 60,8% da população têm acesso a esgoto.
*Estagiário sob supervisão de Francisco Leali.
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