Mas o que é a Vigília Pascal?
Na noite, em que Jesus Cristo passou
da morte à vida, a Igreja convida os seus filhos a reunirem-se em
vigília e oração. Na verdade, a Vigília pascal foi sempre considerada a
mãe de todas as vigílias e o coração do Ano litúrgico.
A celebração da Vigília pascal
articula-se em quatro partes:
1) a liturgia da luz ou ‘lucernário’;
2) a
liturgia da Palavra;
3) a liturgia batismal;
4) a liturgia eucarística.
1) A liturgia da luz consiste na bênção
do fogo, na preparação do círio e na proclamação do louvor pascal. O
lume novo e o círio pascal simbolizam a luz da Páscoa, que é Cristo, luz
do mundo. O texto do evidencia-o quando afirma que ‘a luz de Cristo (…)
dissipa as trevas de todo o mundo» e convida a «celebrar o esplendor
admirável desta luz (…) na noite ditosa, em que o céu se une à terra, em
que o homem se encontra com Deus!’.
2) A liturgia da Palavra propõe sete
leituras do Antigo Testamento, que recordam as maravilhas de Deus na
história da salvação e duas do Novo Testamento, ou seja, o anúncio da
Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos, e a leitura
apostólica sobre o Batismo cristão como sacramento da Páscoa de Cristo.
Assim, a Igreja, ‘começando por Moisés e seguindo pelos Profetas’ (Lc
24,27), interpreta o mistério pascal de Cristo. Toda a escuta da Palavra
é feita à luz do acontecimento-Cristo, simbolizado no círio colocado no
candelabro junto ao Ambão ou perto do Altar.
3) A liturgia batismal é parte
integrante da celebração. Quando não há Batismo, faz-se a bênção da
fonte batismal e a renovação das promessas do Batismo. Do programa
ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a
aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal. A
Igreja antiga batizava os catecúmenos nesta noite e hoje permanece a
liturgia batismal, mesmo sem a celebração do Batismo.
4) A liturgia eucarística é o momento
culminante da Vigília, qual sacramento pleno da Páscoa, isto é, a
memória do sacrifício da Cruz, a presença de Cristo Ressuscitado, o
ápice da Iniciação cristã e o antegozo da Páscoa eterna.
O sábado pascal é iniciado com o fogo novo. O que ele nos remete?
O Missionário Redentorista, padre Inácio de Medeiros nos explica que a
páscoa originalmente era uma celebração típica dos pastores. Depois
passou a ser a grande festa da libertação dos hebreus, recordando sua
saída do Egito. Mais tarde foi-lhe incorporada uma antiga festa agrícola
dos pães sem fermento (ázimos).
Nesse dia a Igreja toda guarda luto pela morte de Jesus. Neste dia se faz também a comemoração das Dores de Nossa Senhora.
É uma celebração que relembra todos
os sofrimentos de Nossa Senhora desde o nascimento de Jesus, culminando
com a dor infinita à qual se viu exposto o coração de Maria, ao deixar
seu divino Filho no sepulcro. Por maior que seja a solidão que algum
coração humano já sentiu, por certo, sequer aproximará do amargor, do
infinito abandono que se apossou do coração da mãe do Divino Amor.
Na Solene Vigília Pascal da noite
será celebrada a Missa da Ressurreição. Essa missa é precedida pela
bênção do Fogo Novo e do Círio Pascal, benção da água Batismal e
Renovação das Promessas do Batismo. Todos os fiéis devem levar velas.
Fogo: Sinal da presença de Deus na
história, em suas manifestações de salvação. Ligado ao fogo, temos o
círio pascal que aceso no fogo novo lembra o Cristo ressuscitado.
Luz: Símbolo da vida. Representa a
presença de Cristo que é vida e oferece vida e salvação ao homem. Jesus
atravessa as portas da mansão dos mortos, vencendo e trazendo a luz para
a humanidade.
Água: Também é sinal da vida que é comunicada ao cristão quando ele renasce pelo batismo para um mundo novo.
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