Com o aumento do número de casos de gripe que tem
chegado à UPAE e ao Hospital Dom Malan, profissionais das duas unidades
de saúde geridas pelo IMIP em Petrolina vêm à público tirar dúvidas da
população sobre esse surto sazonal endêmico, típico dos meses de abril,
maio e junho. Nessa época do ano, adultos e crianças ficam mais
vulneráveis à contaminação pela influenza, até pelo próprio clima ameno
que favorece a aglomeração de pessoas em locais fechados, facilitando a
disseminação do vírus.
Para começar, o coordenador médico da UPAE, Elson
Marques, explica a diferença entre a gripe e o resfriado comum. “O
resfriado pode ser causado por diversos tipos de vírus. Os sintomas
incluem coriza, espirros, congestão nasal e, geralmente, não comprometem
o estado geral de saúde do paciente. Normalmente, o resfriado é
diagnosticado pela própria pessoa, pode ser tratado em casa e não requer
cuidados mais específicos”, informa.
Já a gripe é causada pelo vírus influenza A, B e C e
suas variações, sendo as mais conhecidas o H1N1 e o H3N2, que circulam
atualmente. A doença é uma infecção do sistema respiratório, responsável
por um grande número de internações hospitalares no Brasil. “Em geral
ela debilita bastante o paciente, inicia com febre alta [que dura em
torno de 3 dias], e é seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de
cabeça, tosse e cansaço. As secreções nasais e os espirros também são
comuns”, ressalta.
A gripe, assim como o resfriado, propaga-se
facilmente, mas pode ser evitada parcialmente através da vacina. A
doença também pode ser diagnosticada pela própria pessoa e, raramente,
requer exames laboratoriais ou de imagem. Crianças pequenas, idosos,
gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa correm alto
risco. Ela é tratada principalmente com repouso e ingestão de líquidos
para permitir que o corpo combata a infecção por conta própria.
Analgésicos e anti-inflamatórios vendidos sem prescrição médica podem
ajudar com os sintomas.
H1N1 e H3N2
Os sintomas do H1N1 (gripe aviária) são similares
aos sintomas da influenza humana (gripe comum). Eles incluem febre,
tosse, garganta inflamada, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e
fadiga. Algumas pessoas relatam diarreia e vômitos associados à
enfermidade. A forma grave da doença pode causar uma piora de doenças
crônicas já existentes, pneumonia e falência respiratória, levando a
morte.
“É bom deixar claro que tanto o H1N1 como o H3N2
são tipos de influenza, portanto não existe um novo vírus em circulação
no país”, destaca o coordenador médico da UPAE. Mas, de acordo com a
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), o vírus da gripe com maior
circulação em 2017 é o H3N2. As variações de ambos são parecidas, mas o
H3N2 não apresenta os mesmos riscos da H1N1. “A diferença mais
importante, é que as pessoas têm menos imunidade ao H3N2, por esta ser
uma variação nova”, acrescenta.
Gripe em Crianças
Segundo a pediatra do Hospital Dom Malan, Paula
Dias, algumas crianças podem desenvolver um quadro de cansaço
proveniente da gripe e outras podem apresentar complicações diferentes,
que podem evoluir para uma otite (infecção do ouvido), rinofaringite
(inflamação das mucosas do nariz e garganta), ou até pneumonia, que
acontece quando o sistema imunológico baixa e o organismo é colonizado
por bactérias.
“Os sintomas em crianças e adultos são os mesmos, e
a gripe costuma derrubar mais facilmente o lactente e a criança em
idade pré-escolar, por exemplo. A gripe pode complicar sobre vários
aspectos e favorecer uma infecção bacteriana por baixar a imunidade do
paciente. Mas, nem toda gripe evolui, e na maioria das vezes, o
tratamento é apenas sintomático, ou seja, feito com medicamentos
antitérmicos e analgésicos”, ratifica.
Cuidados
Pessoas acometidas pela gripe devem procurar o
serviço de saúde apenas quando há uma queda importante no estado geral
de saúde, pois a tendência é que o próprio organismo desenvolva os
anticorpos necessários para combater a doença. Normalmente, após uma
semana o indivíduo já se sente melhor.
No caso específico das crianças, os pais devem
ficar atentos aos sinais de cansaço, interrupção da ingestão de líquidos
pela boca, febre alta e persistente por mais de 3 dias, sonolência
excessiva e desconforto geral.
Para ambos os casos, o ideal é que as pessoas
procurem inicialmente o posto de saúde para tratar a doença, pois os
serviços de urgência e emergência oferecidos nas unidades
pré-hospitalares e hospitalares tem como perfil atender apenas pacientes
amarelos e vermelhos, ficando os verdes (pouco urgentes) a cargo da
atenção básica.
Em casa pode ser feita uma boa hidratação, a
manutenção de uma alimentação saudável, uso de dipirona e paracetamol em
caso de febre (37.8).
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